Nas últimas horas percorremos os inúmeros blogues que os diversos motores de busca nos apresentam sobre a temática da reabilitação urbana dos Centros Históricos portugueses.
A linha condutora é muito idêntica em quase todos eles: revolta e indignação pelo modo como o assunto está a ser abordado pelas Autarquias e pelas SRU’s.
Esta constatação apenas agrava o sentimento de que esta “moda” não é mais do que um aproveitamento político para resolver alguns problemas que, em décadas, se vão agravando: como é o caso do tecido social que aí habita, a questão da falta de qualificação profissional, formação cultural e cívica, a ‘subsidio-dependência’, o problema das rendas baixas e as condições dos proprietários para realizarem obras de requalificação, o apelo do imobiliário para ocupar parte nobre da cidade…
Gostaríamos que o verdadeiro problema fosse apenas superficial, algo que uma próxima eleição autárquica pudesse resolver, mas lamentavelmente não é assim. Trata-se de um problema que tem atravessado várias gerações e está relacionado com os valores dos indivíduos, as suas prioridades, as diferentes formas de encarar e ‘desenrascar’ o problema.
Os portugueses, particularmente os portuenses representados na pessoa do Presidente da Câmara do Porto, consideram que uma das respostas ao problema da degradação da Cidade é a actual existência de Sociedades de Reabilitação Urbana, justificando exaustivamente que os modelos anteriores se encontravam esgotados.
Desse modo Rui Rio inspirou uma lei que permite a constituição das SRU’s (alguns consideram-na inconstitucional) e de todas, a arma mais noticiada é a ameaçadora expropriação.
Se mais nenhum indício existisse, bastava este para afirmar que as regras do jogo se encontram inquinadas.
Particularmente consideramos que também servirá para mudar umas quantas propriedades de dono!!!
nota a 16 Setembro 2008: a propósito deste artigo ler no JPN, da autoria de Tiago Dias (parabéns a ambos), um artigo sobre o papel da Internet e particularmente dos Blogues na discussão das cidades.